Primeiras impressões: Mercedes-Benz CLS 63 AMG
Quando a linha Mercedes-Benz CLS foi renovada e apresentada no Salão de Paris em 2010
era impossível chegar perto do carro sem levar um empurrão do colega ao
lado, curioso por cada detalhe do modelo. O desenho do modelo chamava a
atenção dos visitantes à distância, especialmente a traseira, formada
por lanternas com 71 LEDs de alta performance. Para quem viu a
apresentação da linha CLS em Paris e demorou dois anos para pisar no
pedal da versão mais esportiva dela, sentir o tranco da primeira
aceleração do CLS 63 AMG impressiona muito mais do que o primeiro
impacto visual. Chega a assustar.
Mercedes-Benz CLS 63 AMG tem lanterna a LED de alta performance (Foto: Divulgação)
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Digamos que é um cavalo arisco que, quando domado, vira um parque de
diversões para o motorista. Ironicamente, há certo desconforto em andar
com ele na cidade, justamente pelo espaço restrito das filas de veículos
no trânsito. Chega a ser um desperdício de motor e de paciência fazer
atividades cotidianas com esse carro, como ir ao trabalho ou ao
shopping.
O contraste da pegada extremamente esportiva criada pela divisão
especial AMG com o visual requintado (em nenhum detalhe o CLS 63 AMG
abre mão da clássica elegância característica da marca) é o grande
barato deste carro. Em números, o frio na barriga da aceleração é
causado pelo poderoso motor 5.4 V8 bi-turbo, que chama muito mais
atenção do que qualquer LED que possa existir no carro.
O propulsor garante 557 cavalos de potência entre 5.250 e 5.750 rpm e
81,5 kgfm de torque entre 2.000 e 4.500 rpm. Isso porque no Brasil o
modelo é vendido de série com o pacote de desempenho AMG, que oferece
mais potência e torque.
Com a ajudinha do esperto câmbio AMG Speedshift MCT 7G-tronic, o
esportivo acelera de 0 a 100 km/h em 4,3 segundos e atinge velocidade
máxima de 300 km/h. O novo CLS 63 AMG é 32% mais econômico do que a sua
geração anterior. A transmissão esportiva de 7 marchas, ao contrário de
uma transmissão automática convencional, não utiliza o conversor de
torque e faz uso de uma embreagem hidráulica. Juntamente com a embreagem
dupla automática, esse conjunto traz rápidas e precisas respostas nas
trocas de marcha.
Mercedes-Benz CLS 63 AMG acelera de 0 a 100 km/h em 4,3 segundos (Foto: Divulgação)
É preciso de muito espaço para acelerar com gosto o modelo, mas a
segurança para isso é garantida por um poderoso sistema de frenagem e de
amortecedores especiais. A AMG desenvolveu a suspensão esportiva AMG
Ride Control, com acionamento independente nas quatro rodas e controle
automático de nível. Segundo a montadora, a carga de amortecimento é
controlada eletronicamente, ajustando-se às condições de piso e
assegurando a neutralidade direcional do veículo.
Para sentir a tamanha estabilidade do carro, nada como pegar uma boa
estrada, sem buracos e emendas grotescas - obstáculos que fariam a
suspensão esportiva, mais rígida, chiar. Mesmo em altas velocidades, o
carro faz curvas tranquilamente e oferece precisão nas arrancadas e nas
reduzidas.
Mercedes-Benz CLS 63 AMG tem suspensão especial (Foto: Divulgação)
E para manter o arisco carro ainda mais seguro, a Mercedes-Benz disponibiliza de série sistemas de assistência ao motorista que alertam sobre situações de risco e ajudam a prevenir acidentes. O “Pre-Safe”, por exemplo, ao detectar uma possível colisão, aciona os ajustes dos cintos de segurança, regula os bancos e a inclinação dos encostos de cabeça, segurando os passageiros junto aos assentos para evitar o chicoteamento da cabeça e o impacto do airbag em caso de acidentes.
Outro sistema disponível é o “Neck-Pro”, apoios de cabeça dos bancos dianteiros acionados em caso de colisão traseira, para proteger o pescoço dos ocupantes contra o denominado “efeito chicote”.
Espaço para passageiros peca pela falta de
espaço para as pernas (Foto: Divulgação)
espaço para as pernas (Foto: Divulgação)
Para completar o mundinho paralelo no qual o motorista entra, a Mercedes desenvolveu um interior de linha alta, que vem da porta do motorista pelo suporte do painel de instrumentos e ao longo da porta do passageiro. A sensação é a de que os ocupantes fazem parte do carro, totalmente acomodados no cockpit.
Para o banco de trás, a Mercedes criou um console central e bancos confortáveis para acomodar os passageiros, mas o espaço para as pernas não é tão favorável. Porém, este tipo de modelo não é para andar com a família inteira dentro mesmo.
Acabamento interno do Mercedes-Benz CLS 63 AMG não abre mão do requinte clássico (Foto: Divulgação)
Carroceria em alumínio
Para ajudar a deixar o esportivo mais leve e consumir, assim, menos combustível, o CLS 63 AMG é equipado com portas totalmente em alumínio, que são ao menos 24 kg mais leves do que as portas de aço convencionais. O capô, as asas dianteiras, a tampa do porta-malas, bem como peças grandes do chassi e do motor, também são feitos de alumínio.
Conclusão
Design que mistura frente de SLS AMG com os marcantes traços da CLS no resto da carroceria é só um detalhe do CLS 63 AMG frente ao que o carro pode oferecer mecanicamente. O modelo de US$ 309.900 não combina com trânsito de cidade (embora, muitos clientes o comprem para desfilar por aí), mas tem a fórmula ideal de motor, transmissão, amortecedores e aerodinâmica para quem gosta e tem tempo para cair na estrada. Claro, desde que o ponto final da viagem tenha um bom espaço para estacionar o brinquedinho. E, de preferência, sem manobrista — indesejáveis riscos na carroceria doeriam mais no coração do que no bolso.
Design que mistura frente de SLS AMG com os marcantes traços da CLS no resto da carroceria é só um detalhe do CLS 63 AMG frente ao que o carro pode oferecer mecanicamente. O modelo de US$ 309.900 não combina com trânsito de cidade (embora, muitos clientes o comprem para desfilar por aí), mas tem a fórmula ideal de motor, transmissão, amortecedores e aerodinâmica para quem gosta e tem tempo para cair na estrada. Claro, desde que o ponto final da viagem tenha um bom espaço para estacionar o brinquedinho. E, de preferência, sem manobrista — indesejáveis riscos na carroceria doeriam mais no coração do que no bolso.
Mercedes-Benz CLS 63 AMG não combina com cidade (Foto: Divulgação)
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