VW Brasília: brasileira da gema Confira o teste do modelo nacional que poderia ter sido o herdeiro do Fusca
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VW Brasília: concebido para ser mais atraente que o Fusca, acabou sendo bem aceita, mas teve carreira relativamente curta
A ideia original da Volkswagen quando lançou a Brasília em 1973 era de fazer um substituto do Fusca
com a vantagem de ser mais espaçoso e ter melhor desempenho. Mas o
máximo que a perua conseguiu foi ser bem aceita pelo público, ganhando
destaque na briga com os principais concorrentes, como o Fiat 147 e o sedã GM Chevette. O bom desempenho nas vendas acabou ajudando no sucesso do Gol, o grande vilão na história deste modelo projetado no Brasil.
Testada por Autoesporte, a Brasília
causou boa impressão. “Trata-se de um carro bem acertado, faltando
apenas resolver o problema do ruído interno” dizia o texto da reportagem
da versão equipada com dupla carburação, em julho de 1975. De fato,
pelo fato do motor ficar dentro do habitáculo, coberto apenas por uma
tampa removível, o barulho incomodava, principalmente em viagens longas.
Em contrapartida, por ser "um pouco mais larga que o Fusca e com barra compensadora da traseira, a Brasília
se comportava melhor em curvas, com menos sobresterço", também dizia a
reportagem da época. Em linha reta, o carro era capaz de acelerar de 0 a
100 km/h em 15 segundos, conforme as medições feitas durante o teste,
que também aferiu uma média de consumo urbano de 8,5 km/l.
Com um pouco mais de um ano nas lojas, o modelo da Volkswagen
já era um sucesso, com 126 mil unidades vendidas anualmente. Os
compradores eram jovens e pequenas famílias, já que o espaço para
bagagem não estava entre os pontos fortes do carro. Havia espaço apenas
sob a tampa dianteira, como no Fusca.
Atrás
dos bancos traseiros, em cima da tampa do motor, era arriscado levar
algo porque o objeto poderia cair em cima dos passageiros. Mas ninguém
poderia reclamar a área envidraçada, que ajudava bastante nas manobras
do dia a dia. Bem aceita, a Brasília levou quase cinco anos depois do lançamento para receber alguma modificação mais significativa.
Interior simples, tinha como principal incômodo o alto nível de ruído do motor traseiro coberto apenas por uma tampa
Em
1978 o carro ganhou dois vincos no capô, novas lanternas traseiras,
polainas nas laterais dos para-choques e desembaçador elétrico opcional.
E em agosto do mesmo ano, passou a ser oferecido com cinco portas,
versão que acabou agradando os taxistas, uma vez que os brasileiros
ainda tinham preconceito em relação aos modelos compactos com mais de
duas portas. Dois anos mais tarde, chegava às lojas a Brasília LS,
topo de linha, com novo painel de plástico injetado e mostradores
amplos, o que incluía até vacuômetro para ajudar a economizar
combustível. Entre outras melhorias, havia também bancos com encostos de
cabeça.
Tudo corrida bem com a Brasília, quando a Volkswagen resolveu lançar o Gol,
em maio de 1980. Mais moderno e atraente, o novato foi se impondo no
mercado. Mesmo renovado e com mais equipamentos, o carro que iria ser o
herdeiro do Fusca acabou resistindo apenas até março de
1982, com um milhão de unidades produzidas e 950 mil vendidas no
Brasil. Por ironia do destino, o besouro continuou sendo produzido até
1986, convivendo com o Gol e voltou a ser produzido em São Bernardo do Campo (SP) entre 1993 e 1996. Injustiça com a Brasília? Confira abaixo as páginas originais do teste do carro feito por Autoesporte.
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